É ela quem movimenta o mundo, orquestrando a construção da realidade. Requer prudência e lucidez o uso que se faz dessa rebenta do pensamento e das emoções. Somos permanentemente assenhoreados dela, todavia, apenas até o momento em que deixa a nossa boca: a partir daí, temo-nos na condição de seus escravos. Nesse diapasão, oportuna se faz a lembrança do que assevera o religioso Baltasar Grácian, que viveu na Espanha no século XVI, que nos diz que sempre há tempo para se proferir uma palavra, mas nunca para fazê-la voltar. A palavra é capaz de fazer o segundo subjugar o século: o que demanda largo tempo na elaboração pode ruir, de chofre, no ínfimo tempo que requer a pronúncia de uma palavra destruidora. Grande é o poder da palavra, várias as suas faculdades; portanto, que sejamos exímios no seu manejo, dominando a arte do verbo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário