A maior parte das pessoas não percebe, mas acaba construindo estereótipos de beleza enquanto vê televisão e isso pode ter implicações psicológicas para ela. Geralmente, os atores das atrações televisivas, notadamente novelas e congêneres, são selecionados em atendimento a um padrão de beleza anteriormente definido, que distoa, bastante, da estética do povo brasileiro, marcada pela pluralidade. O contato constante com o padrão significa exposição repetida a imagens com que, parece claro, a maior parte das pessoas que vêm TV não se identifica. Dessa forma, algumas pessoas inclinam-se a arquitetar uma noção de ideal na qual não se reconhecem e não são raros casos de personalidades frustadas por se entenderem como fora do padrão veiculado na TV. Aí se assenta um problema de ordem psicológica: quantas pessoas, por exemplo, não deixaram de investir numa paquera e sofreram com isso, por não se acharem como um Edson Celurari ou uma Maria Fernanda Cândido. Crise de baixa estima, prejudicial: uma deformidade do comportamento sobremaneira lesiva ao relacionamento social. Devemos ser quem somos, dentro da compreensão de que ninguém é igual a ninguém e sem acrescentar nem tirar nada relativamente aos padrões que a TV veicula cotidiariamente.
Um comentário:
Ai ai querido Hércules, pena que tem muita gente que ao invés de "arreparar" pro lado de dentro, prefere "arreparar" pro lado de fora, né, mesmo?
O bonito, o lindo tá nos olhos de quem vê, mas tem muito iludido-desiludido por aí ficando ou tentando ficar com a aparência do michael jackson pra ver se agrada. Até que pode ajudar, mas não faz ninguém mais culto e mais extrovertido. Lamento por pessoas que realmente não conseguem se ver e aos outros limpidamente.
Ótimo texto, delícia de discorrer sobre ;) :D
Bjão e Abração.
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