Certo dia, num culto religioso transmitido por um dos canais da tv aberta em horário pré-matutino, o pastor de uma determinada crença religiosa - melhor não dizer qual seja - chamou ao púlpito, de onde efetuava sua pregação para o público, um homem que dizia ser cego. Impôs-lhe as mãos sobre os olhos e, de chofre, para o espanto da platéia, o homem deu mostras de que estava enxergando, olhando para todos os lados, como que absorto. O pastor, então, dirigiu-se ao seu rebanho, que a tudo acompanhava atentamente, cantando suas aleluias diante do milagre recém-operado. Foi então que numa de suas expansões verbais mais exaltadas - e menos cautelosas - no afã de tentar dar comprobabilidade ao evento miraculoso diante da multidão que o assistia, o pastor indagou do "ex-cego":
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Opa!
- Irmão, que que cor é essa?
- É azul, pastor!
- E essa aqui, que cor é essa aqui?
- É vermelho, pastor!
- Esse irmão era cego de nascença e agora voltou a enxergar! Glória a Deus, aleluia!
A arquitetura que sustenta a mentira rui quando as palavras são mal empregadas: é nesse momento que ela escapa; no caso em tela, de modo sutil. A mentira, mais cedo ou mais tarde, sempre cede espaço à verdade, que triunfa para o bem. A mentira sempre já traz em si o gérmen de sua própria insustentabilidade. A verdade muitas vezes é perigosa, mas o homem de bem jamais deve deixar de dizê-la.
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