domingo, 17 de fevereiro de 2008

Exploração comercial da violência

Há dois aspectos importantes relativos a superexposição da violência na TV. Em nosso estado, há pelo menos dois programas locais, de duas redes de TV distintas, especializados em promover a exploração desse tema. Geralmente, pessoas de baixo poder aquisitivo, gente pobre ou miserável, é que tem sua imagem exposta nesses veículos de comunicação, a maior parte por cometer crimes tidos pela lei como de menor potencial ofensivo ou simplesmente por estar envolvida em disenssões com vizinhos, parentes ou amantes. Esses periódicos televisivos expõem essas pessoas como se estivessem a exibir uma comédia sob uma trilha sonora temperada de impropérios e músicas que se prestam a ironizar a situação delas. Pronto: o espetáculo está montado. E quando vemos quadros assim, costumamos assistir aos que vem em seguida e, assim, estamos dando audiência a programas que efetuam a exploração comercial da violência na TV. Esse é o primeiro dos aspectos que o texto se propõe a abordar, sumariamente. Não que esses programas sejam nocivos na sua integralidade, não: eles também dão informes relevantes, prestando, pois, serviço social importante. Todavia, não se pode ignorar que a superexposição de lances de violência cotidianamente tem um efeito ruim, que constitui o segundo aspecto analisado aqui: a de que perdemos o senso de indignação com a banalização da violência na TV. Após refletir sobre esses dois aspectos, deixei de ver - eu que já não gostava - programas assim.

Um comentário:

Manuella Castro disse...

Não me agrada ver esses programas relatando somente a desgraça alheia.
Mas como sempre, adoro ler suas postagens.
Sempre interessantes.

Abraço!