Ou muito me engano ou, em nosso país tropical, salpicado de belas paisagens cortadas por balas perdidas, com terras manchadas do rubro sangue dos inocentes, adornadas por fontes jorrantes de lágrimas de dor, eles, os bandidos, ou marginais, ou desviados sociais, ou foras-da-lei ou meliantes, ou como queira a vossa sapiência a melhor designação, são vistos, por certas autoridades da "esquerda" brasileira, ora no poder, como "injustiçados sociais". Observai quanto perigo há condensado nessa consideração que move silenciosamente, em fenômeno que mais se assemelha a uma hipnose, as ações envidadas por alguns agentes publicos das três esferas de poder, relativas à medidas de repressão à violência nas terras "descobertas" por Cabral. A lógica cartesiana explica o caso, dentro das proposições doravante elencadas. O bandido é um injustiçado social. A injustiça social é culpa do Estado. Logo, o Estado é quem "força" o bandido à criminalidade e, como tem autoconsciência de suas falhas, quer abrandar o seu erro não punindo os criminosos à moda ianque, que só não é exemplar na pena de morte. E as vítimas das condutas penalmente tipificadas: caluniadas, furtadas, espoliadas, roubadas, sequestradas, estupradas, mortas etc...? O Estado-Humano, parido pela Ditadura Militar - que morreu no parto - não faz o reconhecimento positivo delas. Ai de todas, que um dia pode ser o nosso ai. Muitos que fazem a Justiça cega, também a fazem muda e surda e lenta: a sensação que temos é que as vezes se faz justa, mas raras vezes. Leis penais e processuais penais que já pedem aposento, de tão senis e incompatíveis que estão com a realidade desses novos tempos: ah, os criminosos galhofam da Polícia, da Justiça e do Ministério Público, se escondendo num labirinto de recursos e outras regalias legais, que os fazem "intocáveis", "invioláveis", "inocentes" até que a setença os separe da vida reta e proba. E as polícias estaduais, ostensivas e judiciárias: seus agentes/soldados, na grande maioria das unidades federadas, não têm aparelhamento adequado para operacionalizar o combate ao crime e não recebem treinamento qualificatório nem um salário digno para oferecerem, cotidiariamente, sua cara à tapa da morte. Por essas e outras e muitas outras, é que muita coisa precisa mudar nessa terra tupiniquim, para garantir índices toleráveis de violência, já que essa mesma, é própria da espécie humana e só chegará a termo se ela entrar em extinção. Ouvimos promessas, cantilenas e nada muda, o pesadelo é o mesmo, todos os dias, basta ligar a TV. Até quando?
Um comentário:
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