quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Lágrima


Uma lágrima solitária, desliza tão pequena no latifúndio de um rosto. Parece que ela leva um cristal rutilante (seria a esperança?), no seu volume que se esvai cada vez mais enquanto rola, deixando a sua substância num rastro que navalha o seio da face. Rebenta do sentimento, triste flor do imo da alma, quão profunda e rasa é a lágrima, que condensa, na sua frágil estrutura e fugaz existência, as impressões mais sentidas do ser. Dor e tristeza, gozo e alegria, a lágrima comporta as antíteses da vida, como expressão sublimada do extremos. A lágrima é pura, mesmo quando filha do amálgama dos sentimentos e é uma das formas mais intensas de comunicação, quando o silêncio se faz um imperativo às vozes do coração.

Nenhum comentário: