Vez por outra me vejo inquieto. Nunca me demoro plenamente tranquilo: há tanta coisa triste fora do conforto de nossos lares, que reclama a nossa ação, na parcela de contribuição que devemos ofertar na edficação de uma sociedade mais justa, menos desigual. Eu não posso repousar absolutamente sossegado sabendo que tem gente passando fome, que há mães que tem no silêncio angustiado a única resposta para dar aos filhos que pedem comida, não recebem e vão chorar de fome, até o sono bater, complacente. Poderia fazer mais. Há mares de lágrimas além dos nossos muros e nós, a maiorira, somos vasos vazios, aproveitando aqui as palavras da bela canção "El otro lado del rio", de Jorge Drexler, que embala os Diários de Motocicleta. Até meu desencarne penso que estarei assim, inquieto, com algo buliçoso a me atiçar e arder na alma quando diante das mazelas sociais do mundo. E eu não quero partir com meu vaso vazio.
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