domingo, 30 de março de 2008

Considerações de uma tarde de domingo

Eu sou o que sou hoje, não sou o de ontem, nem o de amanhã. O passado e o futuro estão em mim, mas eu sei que sou o que sou agora. O tempo me arrasta, onda invencível, e sou precisamente aquilo que faço de mim dia-a-dia. Sou aquilo que penso, não aquilo que podem vir a pensar de mim. Mas quando me vejo hoje, agora, não me reconheço há tempos atrás. A entidade que me animava o corpo (eu mesmo), era muito diferente do que sou hoje, a ponto de me enxergar no pretérito como quem vê um estranho fazendo coisas, para hoje, absurdas, inadmissíveis. Vou criando valores, no tumulto da vida e vou deixando cair as partes podres da minha personalidade nos rastros dos caminhos por onde tenho passado. Ainda há muito o que cair, exatamente na proporção das lágrimas que ainda tenho que chorar e das angústias, aprendizados e outras experiências que o tempo trará em suas asas para mim. Eu sou mudança constante e a quero para melhor, sempre. É esse o meu destino inevitável, como é o destino de todos nós: mudar, ser sempre mais alguma coisa. Não pelo "ter", mas pelo "ser"; não pela matéria - que é perecível - mas pela essência - que é imperecível, imortal.

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