domingo, 23 de março de 2008

Engrenado

Engrenei num ritmo intenso, que envolve as obrigações sagradas de pai de família, policial, educador e estudante. Várias atividades, um só sentido: o movimento da vida, que me faz ir em frente, sabendo que o importante é empregar o Amor em cada palavra, em cada gesto,em cada contato, em cada expressão facial, em cada olhar. Tenho estado mais sensível que o normal nos últimos dias, com um desejo de viver intensamente cada segundo de vida ao lado das pessoas que amo e que hoje enxergo e compreendo melhor, mas também junto de cada ser que me tangencia o destino. Tenho sonhos com o meu filho que vai chegar agora entre o final de maio e o limiar de junho: sonhos no sono, sonhos na vigília. Tenho sentido um amor ainda maior pela humanidade, vendo em cada pessoa um irmão, um templo vivo da divindade. Tenho falado pouco, ouvido muito. Tenho tido colóquios, com Deus de testemunha. Tenho sentido agudas saudades de muitos momentos da infância, dos meus avós que já foram "estudar a Geologia dos campos eternos", dos banhos de riachinho, dos primos que nunca mais vi. Saudades da criança que fui e de me sentir criança quando criança (sim, porque hoje quando me sinto criança, é como adulto que o sinto). E eu vou seguindo, engrenado no meu ritmo, percebendo um turbilhão de sentimentos amalgamados em mim, tentando organizá-los. Vou sempre em frente, contemplando o curso natural das coisas sem preocupações atrozes.

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