As vezes me vejo observando a realidade à minha volta: quanta gente, quanta vida, quantas histórias, quantos desvarios, quantas futilidades, quanto tempo mal-empregado, quanto desperdício, quantas palavras imprecisas, quantas opiniões infundadas, quanta mentira nas bocas, quanto enfeite desnecessário, quanta verborragia, quanto destempero, quantos conceitos que a gente nunca vai usar, quanta calorias nos pratos, quanta afobação, quanta precipitação, quanta superficialidade. Nessas horas, entendo que eu sou o meu templo sagrado, que o meu interior é o local onde me refugio das intempestividades de um mundo em muitos aspectos desvairado. Não que eu tenha aversão em interagir com mundo: se assim fosse, estaria agora a palmilhar as veredas de alguma floresta distante, num lugar desconhecido e a milhares de quilometros da "civilização", como um ermitão. É necessário interagir com o mundo, pois essa é uma forma de conhecê-lo e é preciso conhecê-lo, para evitá-lo em alguns aspectos. Em verdade, o momento em que mais me sinto só é quando me vejo em meio aos alaridos de multidões.
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