...do café. Essa bebida é muito presente na vida do brasileiro. Durante muito tempo, esse foi o principal gênero de exportação do país. Os recursos oriundos de sua produção geraram capitais para que a nação começasse a se industrializar. O cafeeiro é originário da Península Arábica. Daquela região desértica, ele veio povoar as nossas mesas. Virou sinônimo de refeição matinal e também eufemismo para propina ("aqui pra você tomar um cafezinho"). O café é o cartão de boas-vindas das choupanas sertanejas, o calor do compadrio em rodas enluaradas de prosas noturnas. É passatempo nas filas dos bancos e nas cadeiras das salas de estar dos consultórios médicos. Alimenta o charme nas glamourosas rodas de conversa da elite. O café é uma bebida democrática, é bebida de pobres e ricos. É a luz da sentinela forçada dos estudantes. Junto ao chá, enche os copinhos de plástico no ambiente lúgubre dos velórios. É o antecessor das tragadas malignas da fumaça do tabaco. Misturado à coca-cola, é o sobressalente do rupinol nas estradas. Estimulante das atividades cerebrais? Não bebo mais café por causa da gastrite. Agora sou refratário ao café, assim como Rui Barbosa. Mas o café teve seus fãs famosos. Voltaire foi um deles. Certa feita, advertiram-no de que o café era "um veneno que matava aos poucos", ao que o expressivo pensador iluminista teria respondido: "Não vejo problemas. Não tenho pressa alguma em morrer." Vai um cafezinho aí?
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