Sem exceção, todos nós já ouvimos histórias a respeito de fenômenos estranhos, fatos inrigantes que contrariam a ordem natural das coisas e que, por essa razão mesmo, são denominados "sobrenaturais". Há registros de tais fatos em todas as épocas da história humana, abrangendo todos os povos. Quando passam ao domínio popular, as notícias de acontecimentos "sobrenaturais" frequentemente se transformam em mito ou em lenda e é exatamente nessa circunstância que elas recrudescem em fôlego, tomando força para varar o tempo e atravessar as sucessivas gerações. Dos oráculos da Antiguidade Clássica às lendas urbanas hodiernas, importa observar que acontecimentos assim tem significativa força de atuação sobre o imaginário coletivo. Ao passarmos para a esfera de consideração da mentalidade individual, notamos que esses eventos tem o poder de influenciar sobremaneira aqueles que, tal qual os homens medievos, aceitavam apenas a fé como recurso para a explicação e entendimento dos fênomenos. Refletindo acuradamente sobre a propriedade e justeza do termo "sobrenatural", obtempero que ele não seja aquele que se preste de modo mais adequado para designar tais acontecimentos estranhos à nossa compreensão. Se algo, mesmo que inesperado, por mais estranho ou fantástico que seja, se consuma, é porque o seu desdobramento é potencialmente possível dentro do campo fenomenológico. Destarte, sob esse prisma, o "sobrenatural" seria nada mais do que o "natural" - ou o perfeitamente possível - ocorrendo por meio de processos cuja compreensão a nossa inteligência, simplesmente, ainda não é capaz de abarcar. A ciência, no curso de evolução do pensamento racional tem jogado luzes na compreensão dos fenômenos naturais. Dessa forma, muitos mitos e lendas têm sido desconstruídos, sobretudo a partir do Renascimento e do Iluminismo, quando as vozes lúcidas da razão se insurgiram contra o misticismo religioso produtor de conhecimento equivocado que se fazia cristalizar na figura de inúmeros dogmas antológicos, como é o caso do Geocentrismo. Nesse diapasão, grandes cérebros da ciência, como Galileu Galilei foram amordaçados à força pelo Tribunal do "Santo" Ofício. Outros tiveram seus corpos incinerados, simplesmente porque não abjuraram de suas crenças, como é o caso de Giordano Bruno (que morreu na fogueira com tábua e pregos na língua, para parar de "blasfemar"), outra vítima dos extremos praticados pela nefanda censura eclesiástica envidada pela Igreja Católica. Feita esse breve, simplória e despretenciosa análise do tema em tela, narro em seguida um fato estranho ocorrido comigo, há sete anos e para o qual, até hoje, não encontrei explicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário