...
Há reminiscências suspensas
No ar frio que tempera a manhã.
Lances insepultos, luzes do passado,
Estão atrás das árvores beijadas de orvalho
Estão na terra molhada
Que aguarda uma passada.
Choveu no escuro
Na noite passada
E hoje a passarada
Amanheceu cantando feliz
Sacudindo das penas
O frio da noite ida.
Vão em revoada.
A treva dissipou-se para eles
Que carregam lembranças nas asas
Passeando-as pelo espaço.
A manhã de hoje
Parece a manhã
De um dia perdido no tempo
Manhã de infância,
Casa de palha, verde fechado
Frescura de café, pintinhos ciscando no quintal,
Aromas de curral, areias...
Ah! Lembranças inocentes
Impressas nas veias!
Todas vão embora...
Vai-se a alma do tempo
Entre a bruma dissipada
Pelos primeiros raios do sol.
...
10.10.2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário