quarta-feira, 1 de outubro de 2008

...
Não é possível divisar os espelhos da noite
Nem a chaga aberta no tempo
Nem o pranto expelido pela madrugada.
O calor desce dos corpos em cachoeira
Corpos mudos, sem dor
Corpos surdos entre espectros silentes.
A agonia espalha-se com o escuro
Despedaçada em ecos do passado.
Não há presente, nem futuro
Fluindo entre a névoa invisível na treva.
Não há gleba, sangue na terra
Vento perdido, escondido na serra.
Ninguém escolhe o norte, nem o sul
Pois a lépida estrela não segue à boreal,
O tépido cometa não ruma ao austral,
Vagam perdidos,
Como os sinais sombrios
Angustiosos e frios
Que a noite sem relâmpagos fabrica.
...

30.09.2008.

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