quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Isso é seu, aquilo é meu...

Hoje em dia, por mais absurda que as situações possam parecer, quando elas vêm à tona, um número cada vez menor de pessoas deixar de crer em sua inveracidade. O absurdo é aceito com mais tolerância porque quando as pessoas pensam que já viram de tudo em suas vidas, eis que aponta algo que causa mais surpresa ainda do que outros fatos que ela testemunhou ou simplesmente tomou nota. Nesse diapasão, separação de casal é coisa traumática, sobremaneira para os filhos, herdeiros infortunados do sofrimento que todo evento como esse costuma causar em seus espíritos ainda carentes de blindagem emocional. Conheci um casal - um jovem casal: ela, mais velha e ele um pouco mais novo - que assitiu a noite chegar durante seis meses. Ao fim disso, dissenções agudas redundaram em separação. Ela não queria. Ele mostrava-se resoluto. Numa das discussões, ou melhor, numa das sessões em que ela apelava às coisas de significativo valor emocional para o casal, com o escopo de tentar salvar a relação fatalmente envenenada, a jovem senhora disse, entre a amargura e a esperança:
- E a nossa filha? E a nossa cachorra?
O companheiro, sem qualquer trava sentimental, bradou, duro e seco:
- Qual é o problema? Você fica com a menina e eu fico com a cachorra.
...

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