quinta-feira, 12 de julho de 2007

O homem é o lobo do homem

A violência não é fenômeno atual. Sabemos que é tão velha quanto a própria espécie humana. Para os que crêem no que está escrito no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, o Éden teria testemunhado o primeiro crime, a primeira violência, logo um fatricídio. Mas, hodiernamente, atravessamos momentos muito difíceis com relação a esse aspecto que cada vez mais, como uma bola de neve, vem recrudescendo e assombrando a nossa nação. O homem é o lobo do homem. Todos os outros animais, quando atacam outros, tal predadores que são, é porque isso está programado em sua bagagem genética. É algo inato, que lhes faculta a própria natureza de seres dotados de inteligência irracional. Eles não são capazes de julgar, obedecem a instintos. Estão acima do bem e do mal, pois não sabem distingui-los. Tudo se encerra na problemática vital da sobrevivência no seu habitat. O homem não. Como criatura ímpar no reino animal, único a possuir inteligência racional, pode distinguir o bem do mal. É sozinho na "selva" quanto a capacidade de formação e aplicação de valores morais. É o único animal que pode decidir sobre a conveniência de se atacar outro, inclusive um da sua própria espécie. E é também o único a agir com requintes de crueldade. Pela inteligência o homem, em tese, deveria ser capaz de dominar os seus instintos, de agir com base na razão. Infelizmente, isso não acontece com todos aqueles que praticam a violência, seja ela qual for. Percebo, com um amálgama de tristeza, desolação e indignação, que o Brasil enfrenta a pior crise de violência de toda a sua história de pouco mais de cinco séculos. Vejo um aparelho estatal incapaz de apresentar respostas eficientes à insegurança reinante no país. O pior: é patente que segurança pública não é prioridade para o atual governo. Duvidas? Pesquise os investimentos aplicados em segurança pública no último quinqüênio. Vide as polícias da maioria das unidades federadas: desaparelhadas, destreinadas e com agentes de segurança muito mal pagos para lidar com tarefa tão perigosa. Aonde pensam que estamos vivendo? O que pensam que está acontecendo todos os dias nas ruas? Estão alheios... Falta iniciativa política. Dessa forma estamos todos reféns. Reféns do homem, esse animal perigoso que rouba, estupra, sequestra, mata. Deus nos guarde a todos.

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